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Percorrendo os rios da Amazônia, em pequenos barcos ou mesmo canoas, havia a figura do regatão, que se ocupava do comércio.
Desde o século XVIII, esse comerciante dos “rios” atuava na região. Com advento do sistema de aviamento, a ligação entre seringalistas e casas aviadoras, o regatão passou a funcionar clandestinamente, comercializando à noite, visando escapar da vigilância dos proprietários dos seringais.
Os portugueses e caboclos, os quais exerceram a atividade no início, foram substituídos pelos sírios, pelos libaneses e pelos judeus no decorrer do século XIX.
Apesar de serem perseguidos por seringalistas e aviadores, correr riscos, os comerciantes de regatão insistiam na atividade, negociando clandestinamente com os seringueiros a troca de mercadorias ou dinheiro pela borracha. Procurando sempre obter o maior lucro possível, face os riscos, esse comerciante regateava o preço da mercadoria comprada junto ao seringueiro, muitas vezes, ludibriando-o.
Contudo, apesar do valor negociado com o regatão ser um pouco inferior ao que era pago pelo seringalista pela sua borracha, o seringueiro recorria ao comércio clandestino do regatão como uma forma de resistência, visando suprir necessidades nunca atendidas pelos patrões do seringal.
Em Porto Velho, temos a notícia de um desses regateadores da Amazônia, a figura de Isaac Benchimol, enterrado no Cemitério da Candelária no ano de 1913. O mesmo vivia do comércio pelo Rio Madeira, oferecendo produtos dos mais diversos aos ribeirinhos, seringueiros e comunidades tradicionais.
Aleks Palitot
Historiador reconhecido pelo MEC pela portaria n° 387/87
Diploma n° 483/2007, Livro 001, Folha 098.