Edificações da História

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O
patrimônio histórico é feito da cultura do povo, suas tradições, festividades,
gastronomia e tudo que se refere a identidade de um lugar. Faz parte também
desse patrimônio, as edificações, prédios e monumentos que representem um período
histórico e econômico do seu entorno. Cada mão, suor e força. De pedreiros,
mestre-de-obras, engenheiros e ajudantes, moldaram não apenas uma sacada ou um
reboco. Foram erguidos na Amazônia Ocidental as representações de ciclos
econômicos, e momentos áureos vividos no passado e que permanecem vivos no
presente, a partir de tijolos colocados e tendo o cimento como liga, que uniu as peças
de um quebra cabeça chamado patrimônio histórico, que mantém vivo o esforço de
homens que construíram não apenas uma cidade, mas escreveram uma história.
Em Porto
Velho são inúmeros
os edifícios que representam parte do período do ciclo da borracha. Alguns
preservados e outros abandonados mas, a história e a memória não são feitas apenas
de tijolos e edificações, são também feitas daqueles que lutam para preservar a
sua identidade, sua casa, sua cultura e sua raiz. Contar a história de cada prédio,
rua e monumento de Porto Velho, é lembrar daquilo que merece ser resgatado, o
nosso passado. 
Catedral Sagrado Coração de Jesus
Sua
pedra fundamental foi lançada no dia 3 de maio de 1917, quando Porto Velho
pertencia a comarca de Humaitá, no Estado do Amazonas. Provisoriamente teria
sido construída uma Capela provisória, que a comunidade local denominava
Vaticano, situada onde hoje se encontra o edifico do governo estadual, que
durante um temporal, teve sua estrutura muito comprometida ocasionando um
desabamento.
Os
trabalhos para a construção de uma nova obra em um novo local tiveram inicio em
26 de setembro de 1927, contando com o trabalho e apoio importante do Padre
João Nicoletti. As obras da Catedral ocorrem em ritmo lento. O engenheiro
Francisco Erse, auxiliado pelo mestre de obras, José Ribeiro de Souza e o
auxiliar de pedreiro Crisóstomo Nina, introduziram em Porto Velho, a
novidade das formas que lembram os estilo neoclássico da arquitetura da Igreja.
Os afrescos existentes no alto das laterais internas da Catedral foram pintados
pelo padre italiano Ângelo Cerri. As obras da Catedral, prosseguiam. Em 1960
foram colocados pela empresa Juca, de São Paulo, 147 m² de vitrais em estilo clássico,
retratando a Via Sacra. 

Palácio do Governo ( Palácio Presidente Vargas)  
Em 13 de
setembro de 1948 o Governador do Território Federal do Guaporé Joaquim Araújo
Lima, lançava a pedra fundamental do futuro Palácio do Território. O engenheiro
civil responsável pela obra foi José Otino de Freitas, que projetou uma
edificação com linhas sóbrias e elegantes, com características eruditas. No
primeiro governo de Ênio Pinheiro dos Santos Pinheiros (1953-1954) foram
concluídas as obras e o Palácio foi inaugurado no dia 29 de janeiro de 1954,
durantes as comemorações dos dez anos de instalação do Território
Federal. 
Três Caixas D’água ( Três
Marias )
As três Caixas D` água pussuem capacidade para armazenar 200 mil litros
cada. O projeto de execução dessa obra foi da Chicago Bridge Iron Works.
Construídas pela May, Jekll y Randolph durante a construção da Estrada de Ferro
Madeira Mamoré. Em1910 temos apenas uma caixa dágua e em 1912 é concluída a
montagem de mais duas. Essas caixas dágua, pintadas de preto, tinham
tampas pintadas de branco, durante muito tempo abasteceram a cidade de Porto
Velho, quando em 1957 foram desativadas. Foi tombada como patrimônio histórico
em 1988.  
História do Mercado Municipal ( Mercado Cultural ) A
origem da construção do Mercado Público coincide com a instalação do Município
de Porto Velho, no dia 24 de janeiro de 1915, Major Fernando Guapindaia,
resolveu criar o Mercado para resolver o abastecimento de carnes verdes. A
primeira parte da edificação foi construída pelo português Pedro Renda. A obra
ficou paralisada durante 15 anos e foi concluída apenas em 1950, quando Ruy
Catanhede era Prefeito de Porto Velho. A concepção arquitetônica do prédio
lembrava o estilo “art-decort” da primeira metade do século XX. Possuía quatro
portais e em seu interior havia quatro pavilhões distribuídos em uma área
de1.405 m², contento quarenta e quatro boxes.     
História do Edifício Monte Líbano Foi a
primeira construção totalmente em alvenaria feita em Porto Velho pelos anos de 1915 e 1917. Edificado
pelo Libanês Jorge Bichara que concluiu em 1950. Trabalhou na construção o
mestre de Obras Simplício José, maranhense que chegou a Santo Antônio em 1901
onde prestou serviços às empresas Suares & Hermanos e a May, Jackyll e
Randolph. O prédio têm três pavimentos e no passado várias empresas ocuparam o
local: Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários, INPS, Comércio Abidão
Bichara, Empresa Aérea Cruzeiro  do Sul, Shell Mex Brasil e a
representação da Air France.O prédio foi abandonado e depois comprado pelo INSS –
Instituto Nacional de Previdência Social. Restaurado na década de 1990.  
Edifício da Administração da
Estrada de Ferro (Prédio do Relógio) 
Foi inaugurado no dia 15 de janeiro de 1950 na gestão do governador
Joaquim de Araújo Lima. A concepção arquitetônica do prédio de dois pavimentos
com área coberta de 1.500 m², de
autoria do arquiteto  Armando Costa, do Rio de Janeiro, foi baseada no
formato de uma locomotiva estilizada.  A
torre ostenta um relógio, onde foi colocado um sino que tocava à época a cada
15 minutos e contem inscrições com os nomes do Governador Joaquim de Araújo
Lima e do diretor da E.F Madeira Mamoré, Ananias Ferreira de Andrade. Esse
relógio durante anos foi um seguro guia de horário para a população de Porto
Velho e, em homenagem a ele, o povo batizou-o com o nome de prédio do relógio.
Clube Internacional (Ferroviário) No passado era chamado de prédio General Mess, na avenida sete de
setembro, onde eram servidas duas mil refeições diária, com exceção do café da
manhã,  aos funcionários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, local onde
hoje é o Clube Ferroviário. Mais tarde nesse prédio funcionou o Clube
Internacional inaugurado no dia 15 de novembro de 1919 com grande baile de
gala.
 Aleks Palitot
Historiador reconhecido pelo MEC pela portaria n° 387/87
Diploma n° 483/2007, Livro 001, Folha 098 

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