Tempo de leitura: 1 minuto
Na Amazônia, ainda no século XVII, houve uma época em que para cada índio capturado para a escravidão, correspondiam centenas de outros índios assassinados. Era a resistência indígena frente aos conquistadores coloniais portugueses.
O índio não ficou de braços cruzados, indiferente ou calado diante da opressão imposta ao seu povo. Ele não admitiu pacificamente ser submetido à escravidão, ao trabalho forçado, à humilhação e à violência. Acostumados, como sabemos, a não gastar mais que 3 horas do dia no trabalho para assegurar sua subsistência, o qual era realizado por todos os homens da tribo, em comunidade, os índios colocaram-se contrários às longas horas forçadas de trabalho escravo imposto pelo invasor português, o qual taxou os índios de preguiçosos, lerdos, selvagens e outros preconceitos que, ainda hoje, muita gente desinformada, por aí vive repetindo.
Porém, ao contrário de todas as idéias falsas, passadas pelo colonizador e herdadas por muitos de nós sobre os índios, esses queriam apenas que seu modo de vida, sua terra e sua liberdade fossem respeitados.
Por isso, a maioria dos povos indígenas foi-se revoltando contra os colonizadores portugueses. Tupinambás, nheengaíbas, tapajós, omáguas e tantos outros pegaram suas armas, um a um – pois cada um era um povo, uma nação -, e rebelaram-se contra aqueles que pretendiam escraviza-los, lutando, inúmeras vezes até a extinção total do povo. Por esse motivo também, podemos falar com orgulho dos índios tal como falou o historiador romano Salústio (88-35 a.C.) dos ex escravos comandados por Espártaco, líder da maior rebelião da antiguidade contra o escravismo: “ lutando pela liberdade até o limite de suas forças, os rebeldes morreram como guerreiros e não como escravos”.
A conseqüência direta disso é a constatação de que, em setenta anos de colonização portuguesa, os índios do delta do Amazonas foram extintos, forçando os colonizadores a penetrarem ainda mais em direção à Amazônia ocidental.
Aleks Palitot
Historiador