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A comunidade do distrito de Nazaré, distante cerca de 100 quilômetros via Rio Madeira, após quatro anos sem a embarcação, nesta semana por meio de parceria entre o Professor Aleks Palitot e empresários da capital recebeu a ambulancha reformada, que atenderá aos moradores daquela localidade em casos de emergências de saúde.
Em Julho de 2017, o Professor Aleks Palitot, percorreu o baixo madeira durante uma semana levantando informações junto as comunidades ribeirinhas das principais demandas destas população por vezes legadas ao ostracismo.
Diante das narrativas e condições percebidas pelo vereador e sua equipe, mais de 30 pedidos de providência, foram peticionados junto a Prefeitura com o objetivo de dar um pouco de dignidade aquelas populações, oferecendo o mínimo de condições para a manutenção da vida nas localidades.
“Uma das situações que mais me preocupou foi a ambulancha, assim apelidada pelos moradores de Nazaré a embarcação que transporta pacientes em situação de risco para um pronto atendimento de saúde mais especializado em Porto Velho evitando óbitos”, descreve o Professor Aleks Palitot.
Em março após uma criança ter sido picada por uma cobra à caminho da escola em Nazaré, quase perdendo a vida por falta de um meio de transporte uma comissão representante dos moradores daquela localidade procurou o vereador que de pronto os atendeu.
Foram vários os pedidos encaminhados aos órgãos e secretarias responsáveis solicitando a realização da manutenção da lancha, um caso de urgência, todos não atendidos. “Resolvi me reunir com um grupo de empresários para com recursos próprios realizar o conserto da embarcação, já que a comunidade sofria com a falta do barco”, conta o Vereador.
De acordo com Francisco Leilson Chicão, Nazaré é um distrito que atrai muitos turistas principalmente de Porto Velho por causa da sua efervescência cultural, em razão disto sempre foi uma comunidade mirada por políticos tanto na esfera municipal quanto estadual, mas que sempre deixaram a desejar.
No caso do Professor Aleks Palitot, seu mandato vem chamando a atenção pela forma que conduz o trabalho e a prestação de contas que realiza para a população mostrando a efetividade das ações. “Os pedidos que tem feito são atendidos em sua grande parte e em respeito a este trabalho solicitamos o seu apoio”, relata Chicão.
“A ambulancha foi a primeira das grandes vitorias que conquistamos, além de tantas outras em andamento que esperamos que a Prefeitura se sensibilize e dê retorno à comunidade”, conta Chicão atualmente uma das lideranças locais.
De acordo com Chicão desde 2015 que a ambulancha está parada. Uma embarcação antiga com um motor que não era novo, porém a demanda por transporte em saúde nas comunidades do Baixo Madeira para Porto Velho é muito grande.
Com cerca de 40% de sua população de cerca de 600 habitantes ou 150 famílias é constituída por idoso que necessitam de tratamento contínuo com medicamentos e consultas periódicas, com a ausência dos medicamentos e do acompanhamento médico no posto local a única alternativa é o encaminhamento para a capital.
Além do atendimento à esta parcela da população, há uma grande incidência de picadas de animais peçonhentos. São de seis a oito pessoas por mês que são atacadas por cobras, lagartas ou escorpiões. “Quem tem condição de se locomover para Porto Velho assim o faz, mas o ribeirinho que mal tem recurso hoje depende exclusivamente da ambulancha que está parada” denuncia a liderança.
“A administração do distrito que é um órgão público da Prefeitura também possui uma embarcação, ou com auxílio de empresários”, conta Chicão. Em último caso o socorro vem da comunidade mais próxima que é são Carlos, distante 30 quilômetros e depois Calama à 50 quilômetros e ai vemos a dificuldade pra se transporta um doente para Porto Velho”,
Foi Chicão quem fez o primeiro contato com o Professor após o motor da lancha da administração ter parado, deixando a comunidade sem mobilidade, já que as embarcações de transporte de passageiros levam um dia de viagem, o que gerou uma mobilização, pois até para transportar os mortos era difícil.
Foi quando representantes resolveram pedir auxílio e procuraram o Professor para que este fizesse um pedido de providência em caráter urgente para o conserto dos barcos. “Fomos muito bem recebidos, em seu gabinete onde estiveram as lideranças da associação de produtores, da associação de mulheres, acompanhados do administrador para pedir que ele fizesse esse pedido para comunidade” conta Chicão.
“Naquele dia, Nazaré se sentiu contemplada pelo gabinete pelo pedido da reforma da ponte, pelo reparo da embarcação da administração e da ambulancha e isto é muito importante para os moradores. Haviam três anos que o rio não entrava na comunidade como ocorreu esse ano” descreve Chicão.
Desde a cheia de 2014 que a comunidade ainda sofre com os reflexos. Ela ainda não se reconstruiu várias pessoas ficaram muito doentes por endemias amazônicas e outras com depressão por perderem casas, idosos que perderam a vida. Do dia em que estiveram no gabinete até o dia desta entrevista.
Chicão conta que três pessoas foram picadas por cobras, uma criança indo para a escola e dois adultos que trabalhavam em frente a suas casas, por coincidência no local onde deveria ter a ponte, que foi destruída durante a cheia. “Se você me perguntar qual a importância dessa lancha para a comunidade eu posso te responder com toda a convicção que ela está entre a vida e a morte das pessoas”, afirma.
Cansado de esperar um posicionamento do poder público Palitot resolveu mobilizar um grupo de empresários para que o auxiliassem no conserto. “Foi uma solicitação do Professor Aleks Palitot, um parceiro nosso de longa data antes mesmo de ingressar na vida política, e como vemos a seriedade do seu trabalho olhamos com mais atenção”, conta o empresário Claudio Hikague.
O pedido é por uma causa coletiva e segundo Claudio, é o único meio de transporte e representa a vida de muita gente e nesse caso fazemos o que é possível para socorrer estas pessoas. Como Empresário Claudio fala que seu papel não é apenas cobrar os governos, as autoridades, mas fazer o que se pode.
O trabalho realizado foi o melhor possível, levando em consideração que a embarcação é antiga e carecia de manutenção, ela fica exposta a ação do tempo e por falta de recurso as revisões adequadas não são realizadas o que acaba depreciando ainda mais o equipamento.
“Fizemos um paliativo, e muito do serviço por nossa conta como a troca dos bicos injetores revisão e troca da parte elétrica e diversos serviços para que a ambulancha possa voltar atender a comunidade o quanto antes, mas infelizmente é uma embarcação antiga, que não é confiável e precisa ser trocada”, assevera Claudio.
“Nazaré é uma região carente, afastada e isolada necessita de um veículo confiável que possa chegar com rapidez para socorrer pessoas doentes”, ressalta o empresário Claudio Hikague.
Sobre os rumos políticos no país para o empresário são desesperadores, falta opções de nomes com credibilidade. “O que nós esperamos de nossos representantes é que eles tenham honestidade, pois o resto nos trabalhamos e conquistamos, então se nosso representante tiver honestidade e boa vontade tudo se torna muito simples, o que era para ser uma obrigação em um político, hoje se torna uma virtude, infelizmente”, desabafa Claudio.