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Compartilhar experiências e conhecimentos para o gerenciamento do resgate histórico do Triângulo
Realizado no sábado (6), projeto O Triângulo Renasce contou com a participação de mais de 200 pessoas que no horário das 16 às 22 horas, visitaram a estrutura armada no km 01 da Estrada de Ferro Madeira Mamoré para prestigiar as diversas atrações idealizadas para o evento.
Com início às 16hs, a aula barco do Professor Aleks Palitot, teve todas as suas 120 vagas esgotadas em apenas 24 horas após disponibilizadas. Foram mais de 500 inscrições realizadas através da página do facebook de interessados em participarem da programação.
A preferência das vagas eram para alunos do terceiro ano do Colégio Barão dos Solimões, primeira escola da capital, que compareçam para prestigiarem o projeto. As alunas Tieli Queiroz e Ana Beatriz Freitas, acreditam que eventos dessa natureza são importantes devido ao valor histórico e cultural do Bairro Triangulo. “O fato da aula acontecer no barco tornou o aprendizado muito mais dinâmico”, ressalta Beatriz.
“Temos que resgatar a história a partir dos moradores originais, o Poder Público parece não se importar, percebemos essa memória se perder através do desleixo que muitas vezes se encontram os bairros. Em relação a aula, todas as vezes que trazemos o aluno para o local ele vivencia a história enquanto ela acontece. Essas iniciativas devem ser valorizadas é uma forma de resgate e para isso precisamos de políticas de valorização, pois nossa história está muito comprometida e o nosso acervo abandonado”, afirma Aleks.
Iniciativa Popular
De acordo com o memorialista Anísio Gorayeb, “temos que louvar a iniciativa dos moradores que procuraram o vereador Aleks Palitot para a realização de um evento desta natureza, um evento cultural que clama à sociedade portovelhense para que olhe com mais atenção ao bairro do Triângulo e que é um pedido de socorro”, explica Anísio.
Para ele, o Bairro do Triângulo não pode ser esquecido, pois tem uma grande importância, já que é o primeiro bairro de Porto Velho. “Aqui começou a cidade, por isso não podemos deixar esse bairro sem a mínima estrutura que ele precisa e na situação em que ele se encontra. Esperamos que as autoridades atentem para este clamor desta população tão sofrida. Aqui no Bairro Triângulo há uma população ordeira e trabalhadora e que merecem respeito”, ressalta o memorialista.
“Demonstrar através de práticas culturais que um bairro histórico como o Triângulo possui uma identidade e que essas relações resgatam a história, os costumes como na comida, na prática da fogueira auxiliam a reforçar essa identidade e auxiliam a população do Triângulo a se ver não como individuo, mas como uma comunidade e isso é muito importante, mais ainda para Porto Velho demonstrando que não é só patrimônio do bairro, mas da cidade de Porto Velho que se inicia pelo Triângulo”, afirma Ricardo.
Há cinco anos em porto Velho Ricardo fala que o que observa é que houve um processo de abandono, da cultura, do patrimônio e por consequência da população. “Porto Velho começou a crescer e se desenvolver de costas para rio e para o próprio Triângulo, e através deste projeto o Triângulo demonstra que não está de costa para si mesmo e ele mesmo será sua própria saída como demonstra na força da sua cultura que resulta em força política”, certifica Ricardo.
Tradição
Neta de seu Joventino, criador da quadrilha Flor do Maracujá, Nilse Oliveira fala que este evento é o resgate da memória dos pioneiros, “São várias gerações que não podem acabar com este legado, pois se trata da nossa cultura, da nossa gente, um pedaço dos que já partiram e que não pode morrer. A alegria que vemos no sorriso dos presentes e descendentes dos que já se foram é uma felicidade, um reencontro de memorias. Nosso grupo de moradores no whats que lançou a ideia de através deste projeto não deixar morrer a história e já estamos esperando para fazer um outro evento em julho”, revela uma das organizadoras.